Histórias e depoimentos de pessoas que utilizaram os serviços e orientação da Liga de Combate ao Câncer de Bento Gonçalves, entidade cuja missão é ajudar e apoiar pessoas com a câncer e auxiliar a comunidade no combate e na prevenção da doença.

Cheguei a Bento Gonçalves há 16 anos e desde lá pude acompanhar o crescimento da Liga de Combate ao Câncer de Bento Gonçalves e a evolução da Oncologia na cidade. Hoje a entidade possui uma estrutura melhor e atua como importante facilitador do nosso trabalho, agilizando exames e procedimentos, disponibilizando medicamentos e atendimento psicológico, entre outros serviços.

A Liga é um modelo para todo país e referência na região, pois é muito bem estruturada.

Além disso, a Oncologia se desenvolveu de forma notável na cidade. Hoje o Hospital Tacchini possui uma equipe com quatro oncologistas, dois hematologistas, mastologista, urologista e cirurgiões de diversas especialidades para atender 21 municípios, com previsão de ampliação da estrutura nos próximos meses.

Paulo Ricardo Stroda Lopes, médico Oncologista Clínico

Todo o pioneirismo que este especial grupo de voluntariado representa deve ter no seu intuito o sentido da conscientização da população e não somente na prevenção e promoção da saúde, como também no chamamento da comunidade para o exercício de cidadania que todos devem ter com seus semelhantes.

Portanto, este novo projeto nasce de uma necessidade de crescimento e não será mais um mero impresso. Ele vem do povo e neste sentido deve ser voltado para ele, ouvindo e registrando as necessidades, dando seu direcionamento para as sugestões de resolução dos problemas relacionados à saúde.

A comunidade deve abraçar esta causa.

Os governos ao longo da história se mostram pouco eficientes ou ineficientes. Cabe ao terceiro setor organizado, a missão de veicular os anseios da população. Novamente parabéns a Bento Gonçalves e longa vida a Liga. A Sociedade Brasileira de Mastologia se sente parceira neste empreendimento.

José Pedrini, médico Mastologista

Meu pai não conseguia abrir a boca direito, sentia muita dor e mal conseguia engolir. Visitamos dentistas e médicos do SUS, mas ninguém descobria o que era, até que procuramos outro profissional da rede particular, que chamou um especialista buco-facial e tivemos um diagnóstico.

Tratamos com antibiótico, mas a dor não parou. Então eles sugeriram que a gente fosse até a Liga de Combate ao Câncer de Bento Gonçalves e tentasse conseguir um médico otorrino, parceiro da entidade. Quando fizemos a consulta, o médico disse que a lesão estava muito grande e descobrimos que era câncer. Depois da cirurgia meu pai teve que começar a se alimentar por sonda.

A Liga forneceu as primeiras alimentações, suplementos, remédios para enjoo e estômago, que eram caros. Se fosse tirar do bolso não teria como, porque meu pai precisa fazer a alimentação de três em três horas, sendo dois litros por dia. Depois, com orientação da Liga conseguimos a alimentação pelo SUS.

A ajuda da entidade foi super importante, as voluntárias da Liga deram muito apoio, foi um alívio. Todos os municípios deveriam ter um serviço de assistência como o que a Liga oferece. Eu só tenho a agradecer.

Maria Sueli Cappelli Scussel

Inicialmente quero agradecer à Liga de Combate ao Câncer de Bento Gonçalves, através sua presidente Maria Lúcia Gava Severa, por ter o privilégio de compartilhar com esta equipe maravilhosa, nos últimos anos, uma série de ações para a melhoria da saúde das pessoas da região.

Neste convívio de trocas, aprendi algumas coisas que explicam o sucesso da Liga.

Uma delas é que quando se decide ajudar pessoas na linha do câncer não se pode restringir ao mundo material, pois o principal é propiciar um sentido maior à vida. Outra é que os líderes precisam entregar-se por completo à causa e sempre pensar que vão conseguir.

Minha interface com a Liga, inicialmente focada no Controle do Tabagismo, tem se ampliado na direção da melhoria da vida como um todo. Parabéns Maria Lúcia, parabéns equipe por este grande trabalho. Vamos em frente!

Luiz Carlos Corrêa da Silva, médico Pneumologista da Santa Casa de Porto Alegre e presidente da Comissão de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia

Descobri que tinha dois tumores malignos no ovário e na mama. Depois apareceu no pulmão também, fiz cirurgia e oito quimioterapias. Na época que conheci a Liga precisava fazer radioterapia e o aparelho de Bento não estava funcionando, então procurei a entidade e elas me ajudaram a conseguir fazer a radioterapia em Caxias do Sul. Para mim foi muito importante a ajuda delas, pois na época morava sozinha e não tinha muitas condições.

Hoje sou voluntária da Liga, participo de um grupo de artesanato e passo horas bem agradáveis, sou muito bem tratada por todos.

Para superar a doença tem que ter muita fé em Deus. É a gente que tem que se ajudar, mas o apoio de todos é muito bom nessas horas.

Maria de Lourdes Ruggini

Meu primeiro contato com a Liga foi através de uma indicação da psicóloga com quem me tratava. Na época eu usava sonda e era difícil me alimentar. Tive um câncer raro na tireoide medular, foram dois anos de tratamento, passei por duas cirurgias e radioterapia. Foi através da Liga que consegui fazer a segunda cirurgia em Porto Alegre, além de consulta com fonoaudióloga e psicóloga.

A Liga me ajudou a chegar onde estou hoje, a ter uma segunda chance de vida.

Só tenho a agradecer, pois se estou aqui hoje, foi por intermédio da Liga, sem ela eu não teria conseguido. Quem está passando por essa doença não deve desistir nunca. Os médicos me diziam que estavam fazendo tudo o que se podia fazer, pois o meu caso era complicado. Mas eu não acreditei. Sempre que uma porta se fecha, outra se abre e com persistência a gente chega lá. Eu acreditei e consegui.

Airton Basso