Leia a íntegra desta notícia no site da Liga de Combate ao Câncer de Bento Gonçalves, entidade sem fins lucrativos cuja missão é ajudar e apoiar pessoas com a câncer e auxiliar a comunidade no combate e na prevenção da doença.

A informação salva vidas

16/10/2017

Encontro técnico realizado pela entidade dentro das ações do Outubro Rosa promoveu esclarecimentos a respeito do câncer de mama

Em um encontro baseado na disseminação do conhecimento como principal fator para salvar vidas, a Liga de Combate ao Câncer de Bento Gonçalves promoveu um esclarecedor debate acerca de mitos e verdades a respeito do câncer de mama, dia 10 de outubro, em Bento Gonçalves, dentro de sua programação do Outubro Rosa.

O primeiro mito derrubado foi sobre o fato de a doença estar mais propensa a mulheres com histórico da enfermidade na família. “Qual o primeiro fator de risco para o câncer de mama? Ser mulher”, disse o médico mastologista Ricardo Boff, um dos convidados para a palestra ocorrida no Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG), ao lado do radiologista Lourenço De Carli, do patologista Guilherme Portela Coelho e da também mastologista Cídia Mazzocatto.

Segundo ele, mais de 75% dos casos não têm qualquer relação ligada a histórico familiar e, nas últimas duas décadas, vem crescendo as ocorrências da doença em mulheres com menos de 50 anos, com índices que chegam a 25% dos casos – um número preocupante, uma vez que o sistema público de saúde só faz rastreamento mamográfico após essa idade. A recomendação é que as mulheres façam mamografias anuais a partir dos 40 anos e, caso exista histórico familiar, é importante procurar um médico para avaliar o risco de desenvolver a doença.

Boff também sepultou outros mitos, como os relacionados a mamas grandes – o tamanho não é fator de risco –, a traumas na mama – pequenas batidas não causam a doença – e à mamografia – ela não é prejudicial à saúde, pois a dose de radiação recebida é segura. “Fazer mamografia uma vez por ano não dá câncer de tireoide, com se difundiu. A dose de radiação que vai para a tireoide é muito menor da que vai para a mama, que já é segura”, reforçou De Carli.

O radiologista seguiu sua participação reforçando os conceitos sobre conhecimento com forma de prevenção. “Para tudo na vida a gente vai ter facilidade de lidar quando conhecemos nosso adversário”, disse. Para ele, a adoção de hábitos saudáveis de vida, com alimentação equilibrada e exercícios físicos, ajudam como forma de prevenção, já que não há controle sobre outros fatores de risco como idade e questões genéticas e hormonais. Por isso, o autoexame e a mamografia – capaz de detectar o tumor antes mesmo de ele se tornar palpável – são imprescindíveis como forma de diagnóstico precoce. “O tamanho do câncer tem grande importância. Se o tumor for de até um centímetro, a chance de cura é de 95%”, comentou De Carli, reforçando que a doença mata entre 14 mil e 15 mil mulheres a cada ano no Brasil.

Para a mastologista Cídia Mazzocatto, a mamografia precisa ser realizada por profissionais capazes. “É nas mãos do radiologista que está o diagnóstico precoce”, disse. “Não adianta fazer mamografia de má qualidade, mamografia barata não é a melhor.  Muitas vezes, é melhor a paciente não fazer a mamografia do que fazer mamografia malfeita e sair com a impressão de que missão cumprida”, alertou. O patologista Guilherme Coelho fez questão de afirmar que o câncer é sempre uma doença genética. “Calma, não se assustem. Genético não é a mesma coisa que hereditário. Não quer dizer que tendo uma doença genética a gente vai nascer com ela e nem muito menos passar ela de pai pra filho. Câncer é uma doença genética porque ela começa nos genes de uma célula que sofre uma alteração, o que vai fazer ela crescer de maneira desordenada até formar o tumor”, afirmou.

De acordo com a presidente da Liga de Combate ao Câncer, Maria Lúcia Gava Severa, o Outubro Rosa é um momento simbólico de alertar e de intensificar o debate em torno do câncer de mama para que mais pessoas saibam como lidar com a doença caso ela se manifeste. “Temos certeza que todos que aqui estiveram serão replicadores dessas informações tão vitais para quem lida com a doença viver de forma mais plena”, disse.

Mais ações na agenda

Ainda no decorrer do mês, uma série de atividades estão previstas para atingir a comunidade: entrevistas com a imprensa, palestras em empresas, indústrias, lojas do comércio, academias, universidades e escolas, propagação da informação através da Distribuidora de Gás Cainelli, ações em salões de beleza, escolas, supermercados, shopping, consultórios médicos, odontológicos, hospital, postos de gasolina, laboratórios, entre outros. Também haverá oficina de lenços e participação na Indiada Buena.

A agenda da Liga de Combate ao Câncer para o Outubro Rosa prevê, também, outro encontro técnico no dia 30 de outubro, quando o especialista José Luiz Pedrini, vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, traz o tema: Celebrando a vida: Onde queremos chegar e como fazemos para chegar lá? As atividades ocorrem no auditório do CIC-BG, a partir das 18h, com inscrições gratuitas – mas as vagas são limitadas. Informações sobre a participação podem ser obtidas pelo fone (54) 3451-4233.