Leia a íntegra desta notícia no site da Liga de Combate ao Câncer de Bento Gonçalves, entidade sem fins lucrativos cuja missão é ajudar e apoiar pessoas com a câncer e auxiliar a comunidade no combate e na prevenção da doença.

Verão pede cuidados redobrados para evitar o câncer de pele

28/11/2022

Liga de Combate ao Câncer de Bento Gonçalves incentiva alertas durante o "Dezembro Laranja", mês de conscientização e prevenção contra a doença.

Alertar as pessoas para a necessidade de cuidarem da saúde, realizarem exames e consultarem um médico sempre que surgirem indícios da doença. Este é o objetivo do "Dezembro Laranja", campanha temática que a Liga de Combate ao Câncer de Bento Gonçalves (LCC-BG) apoia com objetivo de combater o câncer de pele – tipo mais comum no Brasil e que soma cerca de 30% de todos os tumores malignos diagnosticados no país.

"O autocuidado preventivo é muito valioso, ou seja, a adoção de estilos de vida saudável é a melhor forma de combater doenças e, em caso de acometimento, preparar o organismo para superá-las. Por isso é que somos tão insistentes nas campanhas de orientação e sensibilização para que as pessoas busquem hábitos adequados e pratiquem o cuidado preventivo com a saúde", explica a presidente da entidade, Maria Lucia Gava Severa.

O câncer de pele tem como causa principal a exposição ao sol, além de fatores genéticos. Ficar excessivamente ao sol, sem proteção, em horários inadequados, acentua o risco, principalmente em pessoas com pele muito clara, conforme explica a dermatologista Andréa Severa. "O recomendável é sempre usar algum tipo de protetor, nos braços, mãos, pescoço, orelhas, no peito, áreas que ficam mais expostas, principalmente no caso dos homens", destaca.

Andrea lembra que esses cuidados devem ser redobrados nesta época do ano. "No verão, o sol tende a castigar ainda mais a pele das pessoas, inclusive por ser um período em que há mais exposição aos raios solares", lembra. "Na praia, ou em qualquer outro lugar, mesmo quando o céu está fechado, com nuvens pretas, 90% da radiação ultravioleta consegue ultrapassar. Ela é invisível, e é mais danosa no horário entre as 10h e 16h", diz. Ela também faz uma advertência aos pais, lembrando que crianças que ficam muito tempo ao sol podem ter problemas futuros. "Quando isso acontece, principalmente na primeira infância, que vai até os 14 anos, aumenta-se o risco de a criança ter câncer de pele mais adiante. A possibilidade é ainda maior quando acontecem aquelas queimaduras pelo longo tempo de exposição, quando a pele fica muito avermelhada", explica.

O que é e como identificar

Existem vários tipos de câncer de pele: o carcinoma basocelular e o espinocelular correspondem a cerca de 75% deles. As pessoas precisam ficar atentas porque, embora um carcinoma não seja letal na maioria dos casos, pode deixar marcas no corpo. "Pode ser mutilante, se não for diagnosticado e tratado cedo. Ou seja, pode resultar em cicatrizes, as vezes bastante feias, que acabam causando estigmas e comprometendo a qualidade de vida do paciente", afirma. Já o melanoma, com aproximadamente 3% de incidência entre os cânceres de pele, é o mais agressivo e com maior letalidade. "Este sim pode ter consequências bem mais graves, como a metástase, que é a disseminação da doença para outras partes do corpo, levando o paciente a óbito. Isso acontece quando não é detectado de forma precoce", diz.

A dermatologista ensina uma regra que deve ser observada no que diz respeito ao melanoma. "É a regra do A, B, C, D e E, que são assimetria, borda, cor, diâmetro e evolução. Se a pessoa detectar três destes itens, deve procurar o médico. A falta de assimetria e uma borda irregular já podem significar indícios de um câncer de pele do tipo melanoma. Se o formato for irregular, se a borda tiver formato diferente, se a mancha tem mais de uma cor, se o diâmetro for maior que meio centímetro, e, na questão da evolução, se a mancha que existe há algum tempo está aumentando, tudo isso é sinal de que o médico deve ser procurado pelo paciente", adverte.

O diagnóstico precoce ajuda, e muito, no tratamento. "O autoexame é fundamental para a cura. Cerca de 60% dos casos são diagnosticados pelos próprios pacientes que já procuram o médico relatando perceber anomalias, como o crescimento de uma mancha na pele ou mudança de cor. Toda ferida na pele que demora mais de um mês para curar é motivo para ficar alerta", enfatiza. Andréa Severa tem clínica em Bento Gonçalves desde 2008 e é professora residente do curso de Dermatologia no Hospital São Lucas, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS), em Porto Alegre.